quinta-feira, 28 de março de 2013

Nunca gostei de despedidas. A sensação de perda é uma das coisas que mais doem. Ver alguém ou algo indo embora saber que nada pode ser feito pra impedir. E se engana quem pensa que falo somente daquela despedida na rodoviária, onde alguém viaja pra outra cidade ou país e nos deixa aqui sofrendo com saudades. Eu falo em despedidas de um modo geral. Você se despede do seu amigo que viaja e só volta só daqui a 3 meses, se despede da sua irmã mais nova quando a deixa na escolinha, despede do seu namorado quando volta pra casa na manhã seguinte, despede das coisas que resolve jogar no lixo, das pessoas que morrem e deixam saudades e das que simplesmente somem sem dar satisfação, se despede de quem você já foi mas que aos poucos foi mudando, e quando você decide mudar de estado e se despede de tudo aquilo que você foi pra começar uma nova vida. E logo eu que odeio tanto essas despedidas, tive que lidar com todas elas num curto período de tempo. Você fica sem reação, sem saber o que dizer, um "se cuida" não expressa metade da insatisfação que você sente. E por mais que dê um milhão de abraços, nunca será o suficiente, a final de contas nunca se sabe se aquele será o último. E eu como menina madura que sou, sempre fujo de qualquer “tchau” que alguém queira me dar. Eu não permito mais que as pessoas saiam da minha vida. Já perdi muitas pessoas nessas malditas despedidas. Esses dias eu fui ao um enterro de um amigo, e olha, essa é a pior de todas as despedidas. É aquela última, aquela que você tem a certeza de que não o verá novamente. Logo em seguida tomei a decisão de sair de casa, e lá vem mais despedidas... adeus lar, adeus família, comidinha de mamãe, adeus gato, adeus irmã, adeus proteção. Você se despede de toda uma mordomia e aprende na marra a se virar sozinha. Depois, alguém resolve viajar e passar não sei quantos dias fora e te deixa aqui cheia de saudade. Não sei se devo me despedir, sabe? E me recusar a despedir-me de alguém é como se fosse um jeito que encontrei de enganar a mim mesma. É como se a pessoa ainda estivesse aqui presente. É minha tentativa desesperada de fazer com que a pessoa permaneça comigo. Mas olha que boba eu sou, algumas despedidas são definitivas, e se eu me fugir delas estarei jogando fora a minha última chance de dizer o que eu sempre guardo pra mim. Seja aquele “eu te amo” que está engasgado ou até mesmo aquele “vou sentir sua falta”. Me despedi de tantas coisas nesses últimos dias que agora meu desejo é amarrar todos no pé da minha cama pra não deixar mais ninguém ir embora. Quem sabe assim eu não tenha que me despedir de mais ninguém.



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