sábado, 7 de dezembro de 2013

Muitas foram as pessoas que passaram pela minha vida, entre elas, algumas conseguiram deixar sua marca (sejam boas ou ruins ou ambas), outras simplesmente passaram, como vento forte no rosto em tarde com previsão de chuva... Com algumas poucas eu cortei laços quando enxerguei que não me fariam bem e seriam apenas um nó na fita de cetim delicada que envolve minhas relações... Não sinto remorso pelo corte de laços, me sinto sim incomodada com o fato de me sentir "presa" e "enlaçada" a alguém. "Presa" e "enlaçada" pois relações que valem a pena um laço, não precisam da necessidade da prisão, do alojamento da alma ou do enclausuramento do coração... Relações são escolhas, são laços que permitimos serem feitos ou não, como se fossem trocas de presentes... E estou dizendo daqueles laços lindos coloridos, todo cheios de enfeites, mas que são livres com apenas uma puxada das pontas e mesmo assim continuam com a beleza da fita, para se criar novos e mais bonitos laços, mesmo que sejam dentro da mesma relação, qual o problema? Viva a renovação, a recriação e o renascimento. As relações são trocas voluntárias de afeições, são construções diárias de carinho, amizade, cumplicidade, lealdade e sobretudo são demonstrações cotidianas e espontâneas da importância que o outro possui para você e mais ainda, da importância que ele exerce em quem é e pretende ser, da importância e da diferença benéfica que ele faz na tua vida. Essa importância é o que realmente faz valer a pena os laços afetivos de vida que criamos com as mais variadas pessoas e em diversos momentos de nossa existência. Estamos sempre procurando nos enlaçar... Porém, quando não existe mais o desejo de crescer junto, de estar junto, de dar importância e torna-se indiferente o motivo do sorriso ou do choro, perde-se o propósito do "presente" dado. Aquela caixa toda embrulhada e linda que ganhou um dia, torna-se um obstáculo e não mais uma alegria... Muitas vezes é preciso abrir os olhos mais atentamente para enxergar os nós que vão se formando ao longo do laço que obstruem a passagem e estragam a surpresa do presente. De maneira errante vamos entrelaçando os nós, tentando refazer laços que já amassaram a fita e não vão mais embelezar o embrulho. Precisamos saber separar o que nos foi dado, guardar as boas lembranças do presente e simplesmente desatar os nós...Erika Ikuno —

Foto: "A gente carrega dentro do peito todos os sonhos do mundo.Isso é tão bonito, tão encantador, tão cheio de esperança. Acho que é isso: precisamos da esperança, precisamos acreditar naquela fagulha que fica lá dentro dando a entender que tudo vai clarear, clarear, clarear."

(Clarissa Corrêa)

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